quarta-feira, 25 de abril de 2012

NAZISMO

I-DEFINICÃO:

O nazismo, conhecido oficialmente na Alemanha como nacional-socialismo (em alemão: Nationalsozialismus), é a ideologia praticada pelo Partido Nazista da Alemanha, formulada por Adolf Hitler, e adotada pelo governo da Alemanha de 1933 a 1945, e esse período ficou conhecido como Alemanha Nazista ou Terceiro Reich. O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação do Fascismo. Mesmo incorporando elementos tanto da direita política quanto da esquerda política, o nazismo é considerado de extrema direita.
Segundo o Dicionário de Política: "O sistema totalitário com um partido único e com um único líder foi definitivamente implantado no verão de 1934, quando Hitler, através de expurgos sangrentos dentro do partido (e das organizações militares do partido, as SA), conseguiu o apoio total do exército e se nomeou, após a morte do presidente Hindenburg, chefe do Estado, chanceler, líder do partido e da nação, ditador único da Alemanha." (BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO, 1998, p. 811)
Segundo o Dicionário de Política de BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO (1998, p. 1061), o racismo, no Nazismo alcança um patamar nunca alcançado na história, torna-se uma Política de Estado para eliminar outros povos considerados biologicamente inferiores. Isto porque Hitler: "julga que só a raça ariana é "depositária do progresso da civilização" e, portanto, como um povo de senhores, tem de conquistar e submeter as raças inferiores." (idem, p. 1061)
O Nazismo consistia assim em um movimento que defendia a superioridade da raça ariana e a doutrina do "espaço vital" nacional necessário aos alemães (BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO, 1998, p. 808), um espaço territorial mínimo, que, para um povo desta grandeza, siginificava controlar toda a Europa.
Programa do NSDAP

O Programa do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) pode ser resumido em 25 pontos-chaves:
  1. "Nós pedimos a constituição de uma Grande Alemanha, que reúna todos os alemães, baseados no direito dos povos a disporem de si mesmos.
  2. Pedimos igualdade de direitos para o Povo Alemão em relação às outras nações e a revogação do Tratado de Versalhes e do Tratado de Saint Germain.
  3. Pedimos terras e colônias para nutrir o nosso povo e reabsorver a nossa população.
  4. Só os cidadãos gozam de direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário ser de sangue alemão. A confissão religiosa pouco importa. Nenhum judeu, porém, pode ser cidadão.
  5. Os não cidadãos só podem viver na Alemanha como hóspedes, e terão de submeter-se à legislação sobre os estrangeiros.
  6. O direito de fixar a orientação e as leis do Estado é reservado unicamente aos cidadãos. Por isso pedimos que todas as funções públicas, seja qual for a sua natureza, não possam ser exercidas senão por cidadãos. Nós combatemos a prática parlamentar, origem da corrupção, de atribuição de lugares por relações de Partido sem importar o caráter ou a capacidade.
  7. Pedimos que o Estado se comprometa a proporcionar meios de vida a todos os cidadãos. Se o país não puder alimentar toda a população, os não cidadãos devem ser expulsos do Reich.
  8. É necessário impedir novas imigrações de não-alemães. Pedimos que todos os não-alemães estabelecidos no Reich depois de 2 de Agosto de 1914, sejam imediatamente obrigados a deixar o Reich.
  9. Todos os cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.
  10. O primeiro dever do cidadão é trabalhar, física ou intelectualmente. A atividade do indivíduo não deve prejudicar os interesses do coletivo, mas integrar-se dentro desta e para bem de todos. É por isso que pedimos:
  11. A supressão do rendimento dos ociosos e dos que levam uma vida fácil, a supressão da escravidão do juro.
  12. Considerando os enormes sacrifícios de vidas e de dinheiro que qualquer guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal com a guerra deve ser estigmatizado como um crime contra o povo. Pedimos por isso o confisco de todos os lucros de guerra, sem exceção.
  13. Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a trusts.
  14. Pedimos uma participação nos lucros das grandes empresas.
  15. Pedimos um aumento substancial das pensões de reforma.
  16. Pedimos a criação e proteção de uma classe média sã, a entrega imediata das grandes lojas à administração comunal e o seu aluguer aos pequenos comerciantes a baixo preço. Deve ser dado prioridade aos pequenos comerciantes e industriais nos fornecimentos ao Estado, aos Länder ou aos municípios.
  17. Pedimos uma reforma agrária adaptada às nossas necessidades nacionais, a promulgação de uma lei que permite a expropriação, sem indemnização, de terrenos para fins de utilidade pública – a supressão de impostos sobre os terrenos e a extinção da especulação fundiária.
  18. Pedimos uma luta sem tréguas contra todos os que, pelas suas atividades, prejudicam o interesse nacional. Criminosos de direito comum, traficantes, agiotas, etc., devem ser punidos com a pena de morte, sem consideração de credo religioso ou raça.
  19. Pedimos que o Direito romano seja substituído por um direito público alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção materialista do mundo.
  20. A extensão da nossa infra-estrutura escolar deve permitir a todos os Alemães bem dotados e trabalhadores o acesso a uma educação superior, e através dela os lugares de direção. Os programas de todos os estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática. O espírito nacional deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o Estado suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente dotados de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social
  21. O Estado deve preocupar-se por melhorar a saúde pública mediante a proteção da mãe e dos filhos, a introdução de meios idôneos para desenvolver as aptidões físicas pela obrigação legal de praticar desporto e ginástica, e mediante um apoio poderoso a todas as associações que tenham por objetivo a educação física da juventude.
  22. Pedimos a supressão do exército de mercenários e a criação de um exército nacional.
  23. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua propagação por meio da Imprensa. Para que se torne possível a criação de uma imprensa alemã, pedimos que:
    1. Todos os diretores e colaboradores de jornais em língua alemã sejam cidadãos alemães.
    2. A difusão dos jornais não-alemães seja submetida a autorização expressa. Estes jornais não podem ser impressos em língua alemã.
    3. Seja proibida por lei qualquer participação financeira ou de qualquer influência de não-alemães em jornais alemães. Pedimos que qualquer infração estas medidas seja sancionada com o encerramento das empresas de impressão culpadas, bem como pela expulsão imediata para fora do Reich os não-alemães responsáveis. Os jornais que forem contra o interesse público devem ser proibidos. Pedimos que se combata peã lei um ensino literário e artístico gerador da desagregação da nossa vida nacional; e o encerramento das organizações que contrariem as medidas anteriores.
  24. Pedimos a liberdade no seio do Estado para todas as confissões religiosas, na medida em que não ponham em perigo a existência do Estado ou não ofendam o sentimento moral da raça germânica. O Partido, como tal, defende o ponto de vista de um cristianismo positivo, sem todavia se ligar a uma confissão precisa. Combate o espírito judaico-materialista no interior e no exterior e está convencido de que a restauração duradoura do nosso povo não pode conseguir-se senão partindo do interior e com base no princípio: o interesse geral sobrepõe-se ao interesse particular.
  25. Para levar tudo isso a bom termo, pedimos a criação de um poder central forte, a autoridade absoluta do gabinete político sobre a totalidade do Reich e as suas organizações, a criação de câmaras profissionais e de organismos municipais encarregados da realização dos diferentes Länder, de leis e bases promulgadas pelo Reich.
Os dirigentes do Partido prometem envidar todos os seus esforços para a realização dos pontos antes enumerados, sacrificando, se for preciso, a sua própria vida.
Munique, 24 de Fevereiro de 1920".

II- CARACTERISTICAS GERAIS:

São semelhantes à do fascismo italiano, mas com o acréscimo do fundamento racista: superioridade da chamada “raça ariana” (da qual seriam máximos expoentes – os alemães), “a única em toda a História, que tinha feito contribuições notáveis para o progresso humano” – e destinada a dominar o mundo inteiro.
Sentimento esse, já existente antes da I Guerra Mundial, como aponta Haddock Lobo: “Desde os primeiros anos do século XIX – nunca será demais relembrá-lo – prestigiosos filósofos vinham pregando que à raça germânica caberia dirigir a humanidade no sentido do verdadeiro progresso. Sob a influência dessas teorias, entusiasmados pelas gloriosas e recentes vitórias (1870), e pela eficiência de sua organização bélica, profundamente impressionados com as próprias conquistas científicas, técnicas e econômicas, certos da superioridade de sua cultura, acabaram se convencendo os alemães de que constituíam, realmente, um povo predestinado a governar o mundo”.
E, mais adiante, comentado o nazismo: “A raça alemã, o Herrenvolk (povo de senhores), precisava, porém, de Lebensraum (espaço vital), para se desenvolver e finalmente cumprir suas gloriosas tarefas. Precisava também de colônias, e tinha o direito de ir buscá-las pela força, já que ninguém lhas queira devolver. Essa força – afirmava o Führer, peremptoriamente – a Alemanha a possuía, baseada na superioridade de sua cultura, de sua técnica, de sua organização e da capacidade pessoal dos seus filhos. E assim se preparava o espírito de muitas dezenas de milhões de homens para uma das mais arrojadas e trágicas aventuras da História”.
Outros Pontos da Doutrina Názi
 Repulsa ao tratado de Versalhes e à Liga das Nações; necessidade da “revanche” contra a França; reconquista das regiões perdidas e das habitadas por alemães (pangermanismo: a Grande Alemanha); dissolução dos partidos políticos, com exceção do partido nazista; combate encarniçado aos socialistas, comunistas, pacifistas e liberais; ódio e perseguição mortal aos judeus e descendentes de judeus (seis milhões foram assassinados em campos de concentração); desprezo pelo trabalho intelectual; simpatia e consideração especial pela classe camponesa; economia dirigida (e dedicada, principalmente, ao re-armamento).

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