terça-feira, 15 de maio de 2012

RENASCIMENTO - REGISTRO

I - DEFINIÇÃO :

RenascimentoRenascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII

II - ORIGENS :



O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg.

III - CARACTERÍSTICAS:



Antropocentrismo (o homem no centro): É a valorização do homem como ser racional. Para os renascentistas o homem era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza. Tem capacidade criadora e pode explicar os fenômenos à sua volta.
Não se tratava de opor o homem a Deus e medir suas forças. Deus continuou sendo soberano diante do ser humano. Tratava-se na verdade de valorizar as pessoas em si, encontrar nelas as qualidades e as virtudes negadas pelo pensamento católico medieval. Nesse sentido, o “homem tornou-se a medida de todas as coisas”, ou seja. aquilo que servia ao ser humano passou a ser visto como bom, o que não servia, como não bom. Essa idéia de que o homem é a medi¬da de tudo foi criada pelos gregos e, como tudo o que é oriundo daquela cultura, aplicava-se à elite. Na Europa renascentista, a situação era a mesma.





Humanismo: Tem por base o neoplatonismo, que exalta os valores humanos e tenta dar nova dimensão ao homem. O humanismo se expande a partir de 1460, com a fundação de academias, bibliotecas e teatros em Roma, Florença, Nápoles, Paris e Londres. O humanista era o indivíduo que traduzia e estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser humano. A escultura e a pintura redescobrem o corpo humano. A arquitetura retoma as linhas clássicas e os palácios substituem os castelos. A música instrumental e vocal polifônica se sobrepõe ao cantochão (monótico). Expandem-se a prosa e a poesia literárias, a dramaturgia, a filosofia e a literatura política. Uma das características desses humanistas era a não especialização. Seus conhecimentos eram abrangentes.





Racionalismo: Implica na convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem, pela ciência, e na recusa em acreditar em algo que não tenha sido provado. Através deste, tentava-se descobrir as leis que governam o mundo pela observação e pela experiência, contrapondo-se o conhecimento baseado na autoridade, na tradição e na inspiração de origem divina, características da cultura medieval. Essa característica do renascimento fez com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvessem bastante.





Experimentalismo: Para os renascentistas, tudo poderia ser explicado pela razão e pela ciência e tudo poderia ser provado por experiências científicas.




Individualismo: Não consistia no isolamento do homem, mas refletia a possibilidade que cada um tinha de fazer opções, de manifestar-se sob diversos assuntos, de ser responsável pela condução da própria vida.É também a afirmação do artista como criador individual da obra de arte que se deu no Renascimento. O artista renascentista assinava suas obras, tornando-se famoso.





Hedonismo: É a valorização dos prazeres sensoriais. Esta visão se opunha à idéia medieval de associar o pecado aos bens e prazeres materiais. Surgido a partir do epicurismo (doutrina da antiguidade grega que identifica o bem com o prazer), o hedonismo representa o prazer como a finalidade da vida (“culto ao prazer”). No Renascimento representa a capacidade do homem produzir o belo; gerar uma obra apenas pelo prazer que ela possa dar, rompendo com o pragmatismo (gerar algo que tenha utilidade ao homem, tenha valor pratico). Posteriormente o hedonismo deu origem à filosofia que tem como principio obter o máximo com o mínimo de esforço.





Inspiração na antiguidade clássica: Os artistas renascentistas procuraram imitar a estética dos antigos gregos e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos contemporâneos do movimento, que pretendiam estar fazendo renascer aquela cultura, desaparecida durante a “Idade das Trevas” (Idade Média).





Otimismo: Era caracterizado pela crença dos renascentistas no progresso e na capacidade do homem de resolver problemas. Assim, eles apreciavam a beleza do mundo, tentando captá-la em suas obras de arte.





Repúdio ao medievalismo: O Renascimento é marcado pelos avanços científicos, culturais, filosóficos e artísticos. Mas, durante o feudalismo, o que ocorria era exatamente o contrario, esses “valores” que tanto evoluíram durante o Renascimento, praticamente foram esquecidos pela sociedade, os valores clássicos das primeiras sociedades foram substituídos pela repressão e submissão do povo controlado pela Igreja.

IV- A PRODUÇÃO NO  RENASCIMENTO E O MECENATO

É necessário fazer uma diferenciação entre a cultura renascentista; aquela caracterizada por um novo comportamento do homem da cidade, a partir de novas concepções de vida e de mundo, da Produção Renascentista, que representa as obras de artistas e intelectuais, que retrataram essa nova visão de mundo e são fundamentais para sua difusão e desenvolvimento. Essa diferenciação é importante para que não julguemos o Renascimento como um movimento de “alguns grandes homens”, mas como um movimento que representa uma nova sociedade, urbana caracterizada pelos novos valores burguesas e ainda associada à valores cristãos.
O mecenato, prática comum na Roma antiga, foi fundamental para o desenvolvimento da produção intelectual e artística do renascimento. O Mecenas era considerado como “protetor”, homem rico, era na prática quem dava as condições materiais para a produção das novas obras e nesse sentido pode ser considerado como o patrocinador, o financiador. O investimento do mecenas era recuperado com o prestígio social obtido, fato que contribuía com a divulgação das atividades de sua empresa ou instituição que representava. A maioria dos mecenas italianos eram elementos da burguesia, homens enriquecidos com o comércio e toda a produção vinculada à esse patrocínio foi considerada como Renascimento Civil.
Encontramos também o Papa e elementos da nobreza praticando o mecenato, sendo que o Papa Júlio II foi o principal exemplo do que denominou-se Renascimento Cortesão.

V - CONTEXTO HISTÓRICO DE SEU SURGIMENTO
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.


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