quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A EXPANSÃO MARÍTIMA DO SECULO XV


Você se recorda que a atividade comercial começou a ressurgir no final da Idade Média, sobretudo nas cidades italianas de Gênova e Veneza,que passaram a monopolizar o comércio das especiarias e dos artigos de luxo orientais.
Conforme você estudou anteriormente, a tomada de Constantinopla, em 1453, resultou na fuga de um grande número de sábios bizantinos para a ltália, o que viria intensificar o movimento renascentista já em evolução.
Além desta conseqüência, a Queda do Império Bizantino e a tomada de sua capital pelos turcos otomanos dificultaram sensivelmente o desenvolvimento do comércio entre a Europa e o Oriente, realizado através do Mar Mediterrâneo.
O desenvolvimento econômico e cultural do século XV estimulou,na população européia, o gosto pelo luxo. As especiarias tornavam-se cada vez mais necessárias para a conservação dos alimentos.
Com a tomada de Constantinopla, os turcos começaram a cobrar preços exorbitantes pelas mercadorias orientais, desestimulando, assim,os compradores.
Diante das dificuldades impostas pelos turcos para a comercialização dos produtos orientais através de Constantinopla, abandonou-se o Mediterrâneo. Dois países, Portugal e Espanha, animados pelo espírito de aventura, pelas necessidades do comércio, pela possibilidade de difundir a fé cristã e de expandir-se territorialmente, passaram a preocupar-se em descobrir um novo caminho que os levasse a comerciar diretamente com o Oriente.
A iniciativa desses dois Estados deu origem à expansão marítima e territorial dos europeus, eu€
culminaria com a descoberta de regiões até então desconhecidas pelo homem, como a América, a
maior parte da África, a Ásia e a Oceania.
Mas para que o homem medieval se aventurasse por mares e oceanos ainda pouco conhecidos
e atingisse essas novas terras, teve grande importância o aperfeiçoamento da imprensa e a divulga-
ção do uso da pólvora e da bússola pelos árabes,durante seu período de domínio da Península Ibérica (Espanha e Portugal).
Na segunda metade do século XV, o alemão Johann Gutenberg aperfeiçoou a reprodução grá-
fica por tipos móveis metálicos. As letras do alfabeto, anteriormente esculpidas em madeira, passa-
ram a ser fundidas em metal, recobertas de tinta e prensadas sobre o papel. Esse material, muito
mais resistente, permitiu um maior numero de copias.
Desta forma, com maior rapidez na impressão, os livros passaram a constituir o mais importante veículo de divulgação em todas as partes da Europa e do mundo.
A pólvora, conhecida desde a Antiguidade pelos chineses, que a empregavam na fabricação
de fogos de artifício, deu origem ao aparecimento do canhão e das armas portáteis na Europa.

Algumas conseqüências decorrentes do uso da pólvora e das armas de fogo foram:
r a completa transformação nas técnicas militares, pois as pesadas armaduras dos cava-
leiros medievais tornavam-se inúteis; as transformações ocorridas nos castelos
feudais da Idade Média, já que, a partir do uso do canhão, eles se tornaram impotentes
para conter os invasores; a maior facilidade que os europeus encontraram para dominar os povos nativos das terras conquistadas na América, na África
e na Ásia.
Assim como a pólvora, a bússola é também uma invenção atribuída aos chineses. Inicialmente, a bússola consistia numa agulha imantada presa a um pedaço de palha ou cortiça que flutuava,
dentro de um vasilhame, sobre óleo ou água.
Mais tarde, alguém teve a ideia de aperfeiçoá - la, colocando a agulha em uma caixa, tendo ao
fundo o desenho da rosa-dos-ventos. Com isto, a bússola tomou o aspecto que atualmente conhecemos.
Possuindo, portanto, um meio mais seguro para orientar-se em viagens prolongadas e armas
para defender-se dos eventuais perigos em terras estranhas, a partir do século XV, o homem come-
çou a aventurar-se pelos mares e oceanos desconhecidos em busca de novas terras.

Sextante, instrumento de origem medieval que servia para tomar a altura do Sol, com o qual
se conhecia a latitude em que as caravelas deviam deslocar-se.

a caravela. A Pareceu no sóculo XV. A quilha alta e os castelos de popa e de proa permitem lhe enfrentar mares revoltos. Suas velas são triangulares. É a nave das grandes viagens do fim da ldade Média e início dos Tempos Modernos.

Ruulai-Kan entregando a autorização a Marco Polo para viajar pela China.

Além do uso da pólvora e da bússola, outros fatores que também contribuíram para a expansão da civilização ocidental, mediante as descobertas marítimas do século XV, foram: 

  • o aparecimento da caravela, embarcação mais leve, mais rápida e mais segura que as antigas naus de remo;
  •  a criação das velas triangulares, com as quais se podia navegar com o vento soprando em qualquer direção;
  •  a elaboração das primeiras cartas geográficas e dos primeiros mapas portulanos;
  • o uso do astrolábio, difundido pelos árabes. Este instrumento náutico era usado pelos navegantes para calcular a latitude aproximada do lugar ern que se encontravam;
  • o sentimento religioso dos europeus, que desejavam divulgar o cristianismo e converter os povos orientais à fé cristã, impulsionados pela Contra-Reforma;
  • as narrações de viajantes medievais, como as deixadas no Livro das maravilhas, de Marco Polo, viajante e mercador italiano que percorreu o Oriente, chegando mesmo a viver por certo tempo na China;
  • o espírito de aventura, a curiosidade e o desejo de enriquecimento e de gloria do homem renascentista.
  • Astrolábio, aparelho inventado pelos árabes destinado a medir a posicão dos astros.

Um comentário: