sábado, 16 de junho de 2012

Resumo de questões de vários vestibulares


Resumo de questões de vários vestibulares

Guerra Fria

1. Introdução:
Logo depois do fim da 2ª Guerra, o antagonismo entre a União Soviética e os EUA criaram o medo de uma terceira guerra mundial. Em 1945, apenas os EUA tinham a tecnologia da produção da bomba nuclear.
Em 1949, a União Soviética desenvolve a sua bomba atômica e em 1954, EUA e URSS desenvolvem a bomba de hidrogênio, uma bomba atômica bem mais poderosa do que a bomba de Hiroshima. Ficava o medo de uma guerra nuclear que poderia levar as superpotências a uma destruição total. Ao medo dessa guerra
nuclear entre os dois países e à disputa pela hegemonia mundial dá-se o nome de Guerra Fria.

2. Origens e características gerais da Guerra Fria:
. Questões na Europa: Após a Segunda Guerra, a Europa foi dividida em duas, uma sob a influência norte-americana, outra sob a influência soviética. Uma série de pequenos conflitos existiram em função da disputa por territórios. Por exemplo, a briga por Berlim Ocidental, um território da Alemanha Ocidental no meio da Alemanha Oriental. A Europa Ocidental recebeu a ajuda financeira dos EUA, no que ficou conhecido como Plano Marshall. Assim, os EUA ajudavam aquelas economias a se reerguerem e afugentar o ‘perigo comunista’.

. Disputa ideológica e perseguições internas: Havia uma disputa ideológica entre as duas superpotências sobre qual seria o melhor sistema, o socialismo ou o capitalismo. Essa competição se mostrava em várias áreas como na disputa em qual economia era mais dinâmica, como até nos jogos olímpicos e na corrida espacial, uma briga pela tecnologia mais avançada. Dentro dos dois países, em alguns momentos, perseguiram-se os supostos inimigos do regime. Nos EUA, o senador MacArthy fez uma caça aos comunistas na sociedade americana nos anos 50. Na URSS a perseguição aos supostos ‘contrarevolucionários’ aconteceu até 1985, mas mais agudamente até a morte de Stalin em 1953.

. O armamentismo, uma provocação americana: Havia uma acentuada corrida armamentista entre os dois países, principalmente na tecnologia das ogivas nucleares. Os recursos destinados aos armamentos eram gigantescos e afetavam duramente o orçamento das duas economias, mas mais ainda a da União Soviética, que era mais fraca. Os EUA faziam provocações à União Soviética, levando-a a gastar cada vez mais com armamentos. Assim, os EUA criaram a aliança militar OTAN em 1949 e a URSS o Pacto de Varsóvia depois.

. Déficits americanos: As duas superpotências tinham gastos estrondosos com armamentos, atrapalhando o desenvolvimento econômico de ambos. A situação dos trabalhadores americanos no período era a melhor já vivida no país. Isso acontecia para afugentar o ‘perigo comunista’ dos movimentos de trabalhadores. Como a economia americana era mais robusta, agüentou melhor os gastos com armas e com a seguridade social.
. Apoio aos movimentos de libertação nacional: Ambos países apoiavam grupos opostos nas colônias dos antigos Impérios coloniais que estavam se desfazendo. Isso levou a uma série de guerras no Terceiro mundo.

3. Principais confrontos e conflitos da Guerra Fria:
. Períodos quentes e convivência pacífica: Soviéticos e norte-americanos nunca se enfrentaram em um campo de batalha, mas vários conflitos opunham aliados dos dois lados. Além disso, houve alguns sérios desentendimentos entre os dois países que criaram um medo real de conflito. Existiram, portanto, períodos quentes e frios na Guerra Fria. De 1945 a 1962, foi um período quente com vários confrontos. De 1962 a 1975 houve o que foi chamado de convivência pacífica. De 1975 a 1985, a chamada Segunda Guerra Fria.

. Guerra da Coréia: Além do já citado desentendimento sobre Berlim Ocidental, houve no início da Guerra Fria a guerra das Coréias. De 1950 a 53, coreanos do Sul e do Norte, apoiados por EUA e URSS, respectivamente, entraram em guerra pelo controle da península. A guerra acabou empatada.

. Cuba e a crise dos mísseis: Em 1959, ocorre uma revolução na semi-colônia americana Cuba contra seu ditador, liderada por Castro e Guevara. A revolução de libertação nacional resiste a uma emboscada da CIA e, para sobreviver, declara-se socialista e alia-se à URSS em 1961. No ano seguinte, os soviéticos põem mísseis com ogivas atômicas na ilha. Cria-se um ponto de confronto entre EUA e URSS resolvido diplomaticamente.

. Guerra do Vietnã: A colônia francesa da Indochina declara independência em 1945, sofrendo a invasão das tropas francesas. Os vietnamitas vencem parcialmente a guerra e em 1954 divide-se o país em Vietnã do Norte, comunista e do Sul, apoiado pelos EUA. Os EUA entram com suas tropas na região nos anos 60, reacendendo a guerra. Os vietnamitas do Norte vencem mesmo assim a guerra e os americanos fogem do país em 1972. Em 1975, o país se unifica sob controle do antigo Vietnã do Norte.

. Afeganistão: A União Soviética também perde uma guerra. Invade o Afeganistão nos anos 80, mas é impelido pelas tropas locais, a milícia Talibã, que contava com armamentos norte-americanos.

4. Questões internas dos Estados Unidos:
. O pós-guerra norte-americano: A economia norte-americana havia se recuperado de fato da crise de 1929 apenas com a imensa produção bélica durante a 2a Guerra Mundial. A partir de então, a economia daquele país necessitará fazer muitos gastos em armamentos, com guerras periódicas, para não cair em uma grave crise econômica de superprodução. Por isso, logo após a guerra, são construídas várias bases norte-americanas pelo mundo e muitos recursos são investidos na produção de armas atômicas. Há na década de 1950 grandes perseguições políticas no país, é o macarthismo.

. O Governo Kennedy: Apesar de ter sido um governo curto, a gestão John Kennedy teve momentos e efeitos muito importantes. Ele acabou com o regime de apartheid no Sul do país, fez uma política de confronto com a URSS, levando o mundo à crise dos mísseis e planejou golpes militares na América Latina, temendo a expansão do comunismo na região após a Revolução Cubana.

. Reagan e a 2a Guerra Fria: O republicano Ronald Reagan fica oito anos no poder dos EUA na década de 1980 e reacende a Guerra Fria com a URSS, a qual ele chama de ‘Império do Mal’. Ele impõe reformas neoliberais na economia norte-americana e propõe o projeto Guerra nas Estrelas, segundo o qual criar-se-ia um escudo anti-mísseis para defender os EUA de ataques atômicos soviéticos. Isso é uma grande provocação à URSS, apesar de o projeto ser tecnicamente inviável. Essa e outras medidas armamentistas suas ajudam a derrubar a União Soviética em 1991.

5. Questões internas da União Soviética:
. Os últimos anos de Stalin na URSS: Antes de morrer em 1953, Josef Stalin promove mais uma de suas ondas de perseguições políticas com várias vítimas. Os anos pós-guerra também são caracterizados pelo aumento estupendo do poder geopolítico e do imenso gasto militar da URSS, obcecada em conseguir produzir a bomba atômica.

. Kruschev e a desestalinização: Com a morte de Stalin, seu pupilo Nikita Kruschev emerge como líder no país. Em 1956 no XX Congresso do PCUS, Kruschev denuncia os ‘crimes de Stalin’, denunciando todas as perseguições políticas e os campos de concentração. Tem início um limitado processo de desestalinização do regime, com abertura política, melhora das relações com os EUA e uma pequena democratização do país. Ele vira vítima da própria abertura que promoveu e é destituído por outro grupo no PCUS em 1964.

. Os anos Brejnev: Outro pupilo de Stalin, Lionid Brejnev, vira líder do Estado soviético após a destituição de Kruschev. Esse muito mais rígido, autoritário e militarista do que Kruschev. Ele traz de volta características autoritárias dos tempos de Stalin, investe pesadamente em armamentos e deixa a produção de bens de consumo em segundo plano. A economia soviética entra, então, em estagnação.

A Revolução Chinesa

1. Apresentação, para entender a China atual:
A China atualmente é o país que tem a economia que mais cresce no mundo, ajudando inclusive o crescimento da economia brasileira nos últimos anos. Trata-se também da única potência do mundo que pode se confrontar com os EUA no século XXI. Entretanto, trata-se de uma grande ditadura responsável por 90% das penas de morte do mundo, de uma repressão e violência à livre expressão de seus cidadãos.

2. O período imperialista (1840-1911):
. As guerras do ópio: As duas guerras do ópio, de 1839 a 1842 e de 1856 a 1860 defrontam o antigo Império chinês com o Império britânico e marcam o início do Imperialismo na China. O motivo das duas guerras parte do desejo britânico de vender livremente o ópio (uma droga) na China e da tentativa do governo chinês de barrar essa ação. Ambas guerras têm a Inglaterra como vencedora e tem diversos benefícios a este país e as potências européias. Hong Kong, por exemplo, virou colônia inglesa após a primeira guerra do ópio.

. Áreas de influência: A China nunca virou de fato colônia, a não ser algumas localidades de seu território nos momentos de guerra com as invasões estrangeiras. Isso se deve por um lado ao respeito que se tinha pelo país e por outro pelo desejo norte-americano de manter o país livre para quem quisesse explorá-lo. O país foi dividido em áreas de influência das potências imperialistas no final do século XIX.

. Resistência: O imperialismo causa grandes transtornos para a população chinesa. A produção agrícola é desorganizada e os investimentos transformam a vida no país. Diversos movimentos de contestação do Imperialismo e do debilitado Império chinês surgem no país. Ficaram conhecidos os Taiping, os Boxers e as revoltas rurais. O movimento mais organizado e exitoso é o Kuomintang, o partido nacionalista chinês.

3. O período republicano e a guerra revolucionária (1921-1949):
. A queda do Império: Os republicanos chineses, liderados pelo partido nacionalista, tomam o poder em 1921 e põem fim ao Império. Sun Yat Sen é o presidente da república chinesa, mas seu poder não é levado a sério. De 1921 a 1945 dominam as diferentes áreas do país os senhores da guerra.

. A fundação do Partido Comunista Chinês (PCC): Em 1921 é fundado o PCC por alguns membros do Kuomintang. O PCC na verdade é inicialmente uma vertente do partido nacionalista. Com a morte de Sun Yat Sen em 1925, o partido nacionalista perde seu ponto de união. Em 1927, o novo líder do Kuomintang, Chiang Kai Chek massacra uma revolta operária em Xangai. Os comunistas repudiam o ato e saem do partido nacionalista. Kai Chek os persegue e os comunistas fogem pelo território chinês no que ficou conhecido como a Grande Marcha.

. A Grande Marcha: Durante a grande marcha, Mao Tse Tung se torna um líder do PCC e põe em prática as suas idéias sobre o comunismo. Mao privilegia os camponeses e a formação de um exército. Assim, em toda comunidade rural que os comunistas chegavam, eles faziam uma reforma agrária, auxiliavam a produção agrícola e chamavam jovens para a causa da Revolução. O apoio aos comunistas no campo foi maciço. Apesar de os comunistas terem perdido muita gente na marcha, eles ganham uma boa imagem junto à população do país.

. A invasão japonesa: Em 1937 os japoneses invadem a China. Os comunistas e nacionalistas fazem uma trégua e os comunistas conseguem juntar muita gente contra os japoneses na Manchúria, no norte do país. Os comunistas saem muito fortalecidos dessa guerra.

. A guerra civil (1945-9): Nesse período, o país entra em uma ampla guerra civil entre comunistas e nacionalistas. Os comunistas vencem a guerra devido ao amplo apoio da população e os nacionalistas fogem para a ilha de Taiwan, fundando ali a China nacionalista enquanto todo o continente se proclama em 1949 República popular da China, ou China comunista.

4. A difícil construção do comunismo de 1949 até os dias atuais:
. A aliança com a URSS: Em um primeiro momento, a China é aliada fiel à URSS de Stalin, sendo auxiliada por aquele país com tecnologia, investimentos e técnicos soviéticos que passam a trabalhar na China, ajudando o desenvolvimento chinês. Esse apoio foi eminente para a China se reorganizar após a guerra contra o Japão.

A Guerra da Coréia: A China intervém na Guerra da Coréia, quando a Coréia do Norte comunista estava quase sendo derrotada pelas tropas sul-coreanas e norte-americanas. Mais de cem mil soldados chineses voluntários vão lutar no país junto com os norte-coreanos. A guerra é maléfica para a China pelas perdas humanas e econômicas.

. O rompimento com a URSS: Em 1957, a China corta relações com a URSS, desapontada com a desestalinização de Kruschev e com a política de convivência pacífica daquele país com os EUA. Todos os técnicos soviéticos vão embora, assim como os investimentos e o auxílio tecnológico soviético, trazendo grande prejuízo para o país.

. O Grande Salto: Mao Tse Tung defende o Grande Salto para Frente em 1958, uma tentativa autoritária de industrialização e desenvolvimento rápido da China através da criação de pequenos fornos siderúrgicos em áreas rurais e uma reorganização total da agricultura e da economia do país. É um grande desastre que acaba por desorganizar toda a produção chinesa e leva milhões à fome e à morte.

.A Revolução Cultural: Em 1965, Mao defende junto aos estudantes chineses a Revolução Cultural, movimento que leva a um extremismo político no país com várias perseguições políticas e muitas mortes. Trata-se de outro desastre.

. As Quatro modernizações: Mao morre em 1976 junto com a Revolução Cultural. O PCC, quase destruído por aquela revolução, reestrutura-se e em 1978 elege Deng Xiaoping para sua liderança. Ele defende as Quatro Modernizações, onde se promove o desenvolvimento econômico do país mesclando práticas capitalistas e socialistas e abrindo algumas cidades costeiras ao investimento estrangeiro. De certa forma, este modelo é até hoje implantado. Desde então, o país não para de crescer e abrir-se economicamente, mantendo todos os traços de uma ditadura, com pouca abertura política.

Descolonização da África e da Ásia

1. Apresentação:
A África e todo o Sul da Ásia – principalmente o continente indiano – são hoje as regiões mais pobres do mundo. Há sérias epidemias de SIDA (AIDS), tuberculose, lepra e outras várias doenças já controladas nos países desenvolvidos. Há os maiores índices de miséria do mundo nessas regiões e sérios problemas de fome.
Como se os problemas sociais desses países não fossem enormes, os governos investem pesado em armas, como os países africanos em guerra civil e o Paquistão e a Índia que têm projetos avançados de produção de armas atômicas. Mas a causa maior para as crises de miséria e fome na região está no século XIX e na primeira metade do século XX, no período imperialista.

2. No contexto da Guerra Fria:
. A causa externa das independências: Após a Segunda Guerra Mundial, as antigas potências imperialistas do século XIX, principalmente Inglaterra e França, vão entrar em franca decadência e perder poder no cenário internacional, agora dominado por Estados Unidos e União Soviética. Além das antigas potências se enfraquecerem, tornando mais fácil o processo de independência, as novas potências da guerra fria vão incentivar grupos ideológicos a fazerem a independência. Assim, grupos pró-independência socialistas receberão apoio da URSS e grupos ligados ao capital internacional, receberão apoio direto norte-americano.

. A causa interna das libertações nacionais: Se o peso da dominação se tornava cada vez maior, os grupos nacionais dispostos a por fim à exploração estrangeira se amadureciam e fortaleciam-se. Por exemplo, o grupo de Gandhi e Nehru na Índia ganha grande apoio dos indianos no período logo anterior à Segunda Guerra. Isso torna a colonização inglesa mais complicada, visto que a população local já apóia um grupo definido disposto a se separar do Império britânico.

. Os conflitos pós-independência: Não há como generalizar como se deu a independência dos países na África e na Ásia, mas grande parte desses processos foi marcado em algum momento por uma forte violência.
Além da luta contra a metrópole, os grupos locais entraram em conflito entre si em quase todos os países independentes. Isso porque os imperialistas não respeitaram as fronteiras dos grupos locais e porque a Guerra Fria fortalecia grupos opostos que lutavam pela independência.

. A difícil construção da nação: A construção de uma prosperidade nesses países foi muito difícil, tanto é que nenhum desses países hoje tem riqueza ou igualdade. Os novos governos tinham que reverter a herança imperialista, findar as lutas contra a metrópole e as lutas locais e criar um certo consenso sobre o rumo desses países. É importante lembrar que o Imperialismo deixou marcas fortes nesses países. O campo, por exemplo,
na época imperialista foi invadido por plantations quase monocultoras para exportação com a terra controlada por estrangeiros. Essas plantations desgastam mais o solo do que o normal e levam a pragas e desastres naturais, como a reprodução descontrolada de gafanhotos e a seca e, conseqüentemente, a fome.

3. Um caso específico, a Índia:
A independência “pacífica” da Índia: O grupo do partido do Congresso, liderado por Gandhi e Nehru, lidera a partir dos anos 20 um processo pacífico de independência da Inglaterra. Ganham grande apoio da população, duramente castigada pela dominação imperialista, com sua política de não-cooperação pacífica. A Inglaterra, durante a Segunda Guerra, propõe um acordo. Se os indianos lutassem na guerra na Ásia, os ingleses dariam a independência ao país após a guerra. Os líderes do Partido do Congresso aceitam e os indianos participam da guerra. Após a guerra, os ingleses insistem em não dar a independência ao país apesar do acordo, mas acabam sob pressão tendo que aceitar a independência do país em 1947. O partido do Congresso organiza uma grande democracia no país, mas muçulmanos e hindus entram em diversos confrontos pelo país e os muçulmanos exigem a criação de um Estado para eles. É criado o Paquistão, com territórios a Leste e a Oeste da Índia. Os muçulmanos indianos têm que fugir para o Paquistão para não serem massacrados pelos hindus e os hindus que estão no território do Paquistão têm que fugir para a Índia para não serem massacrados pelos muçulmanos. Segue uma ampla violência entre os dois grupos e logo os países entram em guerra. Desde então, os dois países entram em guerra três vezes e desenvolvem armamentos nucleares para uma possível nova guerra. Obviamente, a guerra é extremamente maléfica para ambos governos e para suas populações, extremamente miseráveis. Ainda, o conflito entre os dois tem a ver com a guerra fria até 1991. A Índia é aliada da União Soviética e o Paquistão, dos EUA. Na década de 70, o Paquistão oriental vira um país independente sob o nome de Bangladesh.

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