terça-feira, 19 de junho de 2012

RESUMO - A Ética Protestante E O Espírito Do Capitalismo - Max Weber


A Ética Protestante E O Espírito Do Capitalismo

(Max Weber)








A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" é um dos livros fundamentais da teoria sociológica clássica. Elaborado com o intuito de se contrapôr às interpretações materialistas do marxismo em voga, o livro propõe uma compreensão do capitalismo que parte, ao invés do âmbito econômico (as relações sociais de produção, como fazia Marx), do âmbito espiritual, cultural. Daí porque a história do capitalismo é contada a partir do desenvolvimento da ética protestante. Esta ética, surgida no contexto da Reforma como crítica do Catolicismo, propunha uma forma de religiosidade diferente, mais espiritualizada. O ponto principal de divergência entre a ética protestante e a católica está em sua concepção de salvação: ao contrário das doutrinas católicas, o protestantismo não considera que as boas ações do sujeito possam influir em sua salvação. Ao contrário, esta salvação está garantida ou não por Deus, independentemente do comportamento do sujeito. O sujeito não tem como garantir sua salvação, mesmo que aja moralmente e que pratique o bem. Se este sujeito possui esse comportamento irreprovável, o protestantismo considera que ele deve ser um escolhido, mas não pode, de modo algum, garantir isso. Os desígnios divinos estão absolutamente fora do alcance de qualquer ser humano. Entre Deus e os homens, não há qualquer mediação - mesmo a Igreja não possui qualquer contato especial com Ele. Daí porque também, no protestantismo, toda vida religiosa que antes era coletiva (na Idade Média católica) torna-se essencialmente individual.Nesse sentido, o protestantismo: 1) separa radicalmente o homem de Deus, já que os desígnios d'Ele não podem ser conhecidos pela limitada mente humana; 2) desenvolve a teoria da Predestinação (já que não podemos agir moralmente e assim garantir a salvação, só podemos imaginar que alguns são predestinados à salvação, embora não possamos nos certificar de quais são os escolhidos); 3) como substituto à ideia católica das boas ações que garantem a salvação, cria-se a ideia de que o sucesso na vida mundana é um sinal de que se é predestinado. Com isso, o protestantismo cria uma ética inteiramente nova: a ética do trabalho. Se Deus quer a Glória, se todo o Universo é criado para a Glória de Deus, e se os homens são escolhidos ou não nesse Universo por Deus, sem que nós possamos garantir nenhuma salvação, então apenas podemos nos contentar (e procurar nos tranquilizar) com a ideia de que, se somos prósperos, se engrandecemos a glória divina, então devemos ter sido escolhidos. Daí porque a riqueza é o sinal de nossa salvação, e consequentemente, a ética é a da produção da glória divina, a produção da prosperidade, da riqueza. No entanto, esta riqueza deve ser produzida para a Glória de Deus e não para a glória humana mundana. O sinal da salvação é dado pela prosperidade do homem que acumula, e não pelo homem que gasta - pois este último não trabalha pela glória de Deus, portanto não deve ser um escolhido.A ética protestante, como ética do trabalho feito para a acumulação (e não para os gastos, as despesas, o consumo da riqueza) é o fator cultural determinante para o desenvolvimento do capitalismo, segundo Weber. Assim, contrapondo-se à interpretação marxista clássica, Weber propõe uma inversão no materialismo - propõe que um valor ético foi capaz de criar as condições para um desenvolvimento econômico - e torna-se, desse modo, um outro clássico fundamental na literatura sociológica



Atividades

1)      No livro A ética protestante e o espírito do capitalismo o sociólogo Max Weber demonstra que foi a doutrina calvinista que proporcionou o surgimento do modo de produção capitalista, em que há uma busca organizada e metodológica de acúmulo de capital. Explique essa relação das idéias de João Calvino com o desenvolvimento do capitalismo.
2)      Martinho Lutero defendia a idéia de que para a aquisição do conhecimento da vontade de Deus não era necessária a intercessão de sacerdotes, como ensinava a Igreja católica, mas que cada pessoa poderia conhecer a vontade de Deus lendo e interpretando a Bíblia. Seguindo essa idéia foi que Lutero traduziu a Bíblia do latim, idioma que apenas o clero dominava, para o alemão, idioma popular na Alemanha, possibilitando que um número muito maior de pessoas tivesse contato direto com as Escrituras Sagradas.  Quais as conseqüências sociais, religiosas e culturais dessa idéia luterana de livre interpretação da Bíblia?
3)      É certo que muitos príncipes e nobres alemães aderiram à Reforma não por convicção religiosa, mas por outros fatores. Faça uma pesquisa e descreva que outros motivos os levaram a aderir ao protestantismo.






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