Uma breve análise
sobre a Guerra Fria
Leonardo Luiz
Silveira da Silva
Na
maior parte dos materiais encontrados acerca da Guerra Fria, podemos notar que
o seu período de extensão é delimitado pelo ínterim compreendido pelos anos de
1945 e 1991. Este intervalo, que não é sugerido por acaso, é marcado pelo final
da Segunda Guerra Mundial (1945) e pelo golpe de Estado que pôs fim a União
Soviética, dando origem a Rússia e diversos países que compunham o império
soviético, a saber: A Estônia, Lituânia e Letônia (chamadas de repúblicas
bálticas em algumas regionalizações européias), A Ucrânia e a Bielarus
(Bielorrúsia), a Moldávia, o Azerbaijão, a Armênia e a Geórgia, além das
repúblicas do stão, Casaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão. A
Rússia, que correspondia a cerca de 85% de toda a área do império soviético,
manteve a sua posição como maior país do mundo em extensão, mesmo após perder
esta grande quantidade de terra que era parte integrante do antigo império
comandado por Moscou (fato ocorrido em 1991).
A
data do fim da Guerra Fria não apresenta sérias controvérsias, à medida que o
sistema que opunha duas potências bipolares ideologicamente antagônicas
findou-se com o golpe de Estado que destituiu do poder Mikhail Gorbatchev,
acabando com a exclusividade do partido socialista e com o regime como um todo.
O início da Guerra Fria, contudo, é digno de um debate mais apurado, pois,
antes mesmo que a Segunda Guerra chegasse ao fim, URSS e EUA já se percebiam
como novas forças de um mundo caracterizado pela presença de um continente
Europeu, que era tido como o principal centro político econômico até então,
completamente arrasado após ter experimentado os horrores da Guerra.
Os primeiros anos da Guerra Fria foram
marcados pelo desequilíbrio pró-Eua, apesar da URSS ter terminado a guerra com
importantes conquistas e feitos particulares, como o cerco à Berlim. Isto se
deve ao efeito moral da arma utilizada em Hiroshima e Nagasaki. Após o teste
atômico soviético, no final da década de 1940, a balança de poder se equilibra,
fazendo valer um princípio que deu o tom da Guerra Fria, e justifica até mesmo
o nome dado a este período: o M.A.D.
Do inglês “Mutual assured destruction”, o
princípio M.A.D se baseava na ausência de guerra direta entre as potências hegemônicas
devido a mútua percepção de que os seus poderosos armamentos faziam de uma
guerra entre eles um conflito sem vencedores. O modo de intervenção em
conflitos regionais foi o de oposição, marcado pelas ações das potências nos
conflitos na Coréia, Vietnã e Afeganistão, além do episódio conhecido como
Crises dos Mísseis, que, se não era um conflito regional, era um momento de
tensão entre as potências que acabou com a via diplomática, fazendo valer o
princípio M.A.D.
A
Corrida Espacial, que foi outro marcante evento da Guerra Fria, foi uma disputa
entre as potências para ver qual era o programa espacial tecnologicamente mais
avançado que fosse capaz de trazer o homem à lua. A URSS saiu na frente ao
colocar o primeiro artefato humano no espaço, assim como em colocar o primeiro
ser vivo e o primeiro homem em órbita. O grande objeto de desejo, o pouso
tripulado à lua, foi feito pela missão Apolo norte-americana. Os objetivos da
corrida espacial eram meramente propagandísticos e ligados ao campo militar e das
telecomunicações. No campo militar, destaca-se a evolução da balística como
também do sensoriamento remoto.
A
crise do petróleo, em 1973, deu início a um período economicamente difícil.
Causada pelo boicote de países árabes à plena produção do petróleo devido ao
apoio da URSS e dos EUA a Israel no conflito do YOM KIPPUR (1973), marcou o
final de um período de grande abonança econômica. A década de 1980, marcada
pela tentativa de recuperação econômica de diversos países, é conhecida como a
década perdida, devido ao baixo crescimento econômico. Como solução ao difícil
momento, os EUA e o Reino Unido, através de Ronald Reagan e Margareth Thatcher,
apresentaram o modelo neoliberal, que consistia em uma série de medidas
políticas que visavam a diminuição do papel do Estado na economia, cortando
gastos e vendendo estatais. Tal solução foi imposta a países endividados do
mundo, com o FMI sendo o instrumento de persuasão por parte dos Estados Unidos,
como foi no caso do Consenso de Washington.
Em
1985, uma URSS economicamente combalida adotava reformas que a aproximava do
capitalismo. Estas reformas, idealizadas por Mikhail Gorbachev, chamadas
perestroika e glasnost, atingiam a economia e a política, garantindo o aumento
das liberdades civis, sejam elas liberdades econômicas (perestroika) ou
políticas (glasnost). O recado estava dado da URSS para a periferia socialista
do mundo. O modelo rígido não funcionava mais. As reformas de Gorbachev deram
início a um efeito dominó que derrubou diversos regimes no leste europeu,
culminando com a queda do muro de Berlim, que reunificou a Alemanha. Era
somente uma questão de tempo o fim da URSS, que, cercada de pressões de
diversas esferas internas e externas, construiu um ambiente político para que
um golpe de Estado ocorresse em agosto de 1991, sendo o último capítulo da
Guerra Fria, e dando origem a uma Nova Ordem Mundial.
Exercícios:
1)Defina o conceito de balança de poder.
2) Defina o papel de uma hegemonia em uma
balança de poder.
3) EXPLIQUE porque a data do início da Guerra
fria é controverso.
4) CITE dois fatores que incentivaram as
potências a participarem da Corrida espacial.
5) Caracterize as intervenções militares das
potências durante o regime da Guerra Fria.
6) EXPLIQUE o que era o princípio M.A.D.
7) JUSTIFIQUE o nome Guerra Fria dado ao
confronto político-ideológico entre URSS e EUA.
8)CONCEITUE persuasão política.
9) EXPLIQUE porque o nome de Mikhail
Gorbachev é associado a uma pessoa que traiu os ideais do socialismo.
10) RELACIONE a perestroika e a glasnost com
a queda do muro de Berlim.
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